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Pentágono: Origem, Arquitetura e Relevância estratégica

  • 24 março, 2025

O Pentágono (The Pentagon) é um dos símbolos mais reconhecíveis do poder militar dos Estados Unidos e uma das estruturas mais emblemáticas da história moderna. Sede do Departamento de Defesa dos EUA, sua construção, arquitetura e papel geopolítico revelam muito sobre a evolução da segurança e da estratégia norte-americanas ao longo do século XX e XXI.

A origem do Pentágono

A construção do Pentágono teve início em 11 de setembro de 1941, curiosamente exatos 60 anos antes dos atentados de 2001. A decisão foi tomada pelo presidente Franklin D. Roosevelt diante da necessidade urgente de centralizar e racionalizar a gestão militar, às vésperas da entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial.

O local escolhido foi Arlington, na Virgínia, do outro lado do rio Potomac, em relação à capital Washington, D.C. A obra foi projetada para abrigar 40 mil funcionários e consolidar os escritórios dispersos das Forças Armadas.

Um dos principais responsáveis pela execução do projeto foi o general Leslie R. Groves, que supervisionou a construção com foco em eficiência, rapidez e economia. Groves é mais conhecido por ter dirigido o Projeto Manhattan, que desenvolveu a primeira bomba atômica, mas antes disso foi figura central na entrega do Pentágono dentro de um cronograma extremamente apertado. Sua liderança firme, capacidade organizacional e pragmatismo foram determinantes para que a obra fosse concluída em tempo recorde, mesmo em meio a restrições de materiais causadas pela guerra.

Arquitetura e simbolismo

Projetado por George Bergstrom e supervisionado por John McShain, o edifício tem formato pentagonal por razões práticas: o terreno original onde seria construído exigia tal formato, e, mesmo após a mudança de local, o projeto foi mantido.

Com cinco lados, cinco andares acima do solo, 2 andares subterrâneos e cinco anéis concêntricos interligados por corredores, o design permite acesso rápido a qualquer ponto do edifício em menos de sete minutos a pé. O Pentágono é também um exemplo de eficiência funcional aplicada à arquitetura institucional.

Papel estratégico na história dos EUA

Desde sua inauguração em 15 de janeiro de 1943, o Pentágono se tornou o centro nervoso das operações militares norte-americanas, desempenhando papel chave em conflitos como:

  • Segunda Guerra Mundial
  • Guerra Fria e a dissuasão nuclear
  • Guerras da Coreia e do Vietnã
  • Invasão do Iraque e do Afeganistão
  • Operações contra o terrorismo internacional

O edifício simboliza não apenas o poderio militar, mas também a capacidade de comando, planejamento e resposta às ameaças globais.

O 11 de setembro e sua ressignificação

Em 2001, o Pentágono foi um dos alvos dos ataques coordenados da Al-Qaeda. Um dos aviões sequestrados colidiu com a ala oeste do edifício, causando a morte de 189 pessoas. O ataque expôs vulnerabilidades e impulsionou profundas reformas em segurança e políticas de defesa.

A reconstrução rápida da ala danificada, chamada de “Projeto Fênix”, simbolizou a resiliência institucional dos EUA e consolidou ainda mais o caráter simbólico do Pentágono.

O Pentágono hoje

Atualmente, o Pentágono permanece como um dos maiores edifícios do mundo em área de piso, com cerca de 600 mil metros quadrados. Mais de 23 mil funcionários civis e militares trabalham diariamente em suas instalações.

Seu papel transcende a gestão administrativa: trata-se de um centro de decisões estratégicas que influencia a política externa, a segurança internacional e o desenvolvimento tecnológico em defesa.

Curiosidades sobre o Pentágono

Apesar de sua seriedade institucional e simbologia estratégica, o Pentágono também é cercado de curiosidades pouco conhecidas que reforçam sua singularidade:

  • Tempo recorde de construção: a obra foi concluída em apenas 16 meses — um feito extraordinário para um edifício dessa magnitude, especialmente durante tempos de guerra.
  • Material reciclado: parte do concreto utilizado foi feito com materiais reciclados, como entulho de calçadas demolidas de Washington, D.C.
  • Sem elevadores convencionais: por ter sido projetado durante o racionamento de metais na Segunda Guerra, o edifício conta com rampas, e não elevadores, entre os andares principais.
  • Sistema postal próprio: o Pentágono tem seu próprio código ZIP — 20301 —, separado do restante de Arlington.
  • Segurança cibernética: é um dos ambientes mais protegidos do mundo em termos de defesa digital, com equipes dedicadas à cibersegurança atuando em tempo integral.
  • Presença simbólica: o centro geométrico do Pentágono é um pequeno pátio ao ar livre, apelidado de “Ground Zero” durante a Guerra Fria, por se supor que seria o alvo primário em um ataque nuclear soviético.

Essas curiosidades ilustram como o Pentágono vai além de sua função institucional, tornando-se também um símbolo cultural, arquitetônico e tecnológico de destaque.

A história do Pentágono é indissociável da história militar dos Estados Unidos. Seu surgimento reflete uma mudança de paradigma na organização da defesa nacional e seu legado continua a moldar os rumos da geopolítica global. É um marco da arquitetura institucional voltada à eficiência operacional e à projeção de poder.

Referências

  • U.S. Department of Defense. “The Pentagon: Facts and Figures.”
  • Goldberg, Alfred. The Pentagon: The First Fifty Years. Office of the Secretary of Defense.
  • RANE (Stratfor). Relatórios analíticos sobre infraestrutura militar.
  • Foreign Affairs. Artigos sobre segurança nacional e defesa.
  • National Archives. “Building the Pentagon.”
  • The 9/11 Commission Report. U.S. Government Publishing Office.
  • Norris, Robert S. Racing for the Bomb: General Leslie R. Groves, the Manhattan Project’s Indispensable Man. Steerforth Press.

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