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2ª Edição Relatório Desafios da Inteligência para 2026

ABIN lança 2ª Edição do Relatório Desafios da Inteligência para 2026

  • 3 dezembro, 2025

Quais são os principais desafios de inteligência para o Brasil em 2026?

Segundo a ABIN, os principais desafios de inteligência para 2026 incluem a segurança do processo eleitoral, a transição para criptografia pós-quântica, ataques cibernéticos com IA, reconfiguração das cadeias de suprimento e interferência externa via atores não estatais.

ABIN lança 2ª Edição do Relatório Desafios da Inteligência para 2026

Em dezembro de 2025, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) lançou a segunda edição do relatório Desafios de Inteligência – 2026, um documento estratégico que consolida a visão institucional da ABIN sobre riscos, ameaças e vulnerabilidades que deverão marcar a agenda de segurança nacional nos próximos anos.

Trata-se de uma publicação que alia análise prospectiva com rigor técnico, elaborada em coprodução com especialistas de diversas áreas e instituições, e orientada por princípios da Política Nacional de Inteligência (PNI) e diretrizes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). O documento amplia o diálogo entre Estado e sociedade sobre os caminhos da Inteligência em um contexto de transições globais e disputas geopolíticas intensificadas.

Objetivo do relatório

A publicação tem como propósito central informar e subsidiar o processo decisório de alto nível no Estado brasileiro, ao mesmo tempo em que busca promover o debate público qualificado sobre ameaças contemporâneas à segurança das pessoas, das instituições democráticas e da soberania nacional.

Entre os focos do documento estão:

  • Antecipação estratégica de ameaças;
  • Articulação entre riscos globais e desafios locais;
  • Fortalecimento da cultura de Inteligência no Brasil;
  • Cooperação entre órgãos do Sisbin, academia e sociedade.

Eixos estruturantes da análise

O relatório é construído sobre três transições globais interdependentes, identificadas como forças estruturantes do cenário de riscos para o Brasil:

1. Crise Climática

  • Multiplicador de riscos em múltiplas frentes: energia, infraestrutura, segurança alimentar e saúde pública.
  • Destaques para as enchentes no RS (2024) e a seca na Amazônia (2023-2024), com impactos econômicos bilionários.
  • A crise ambiental afeta diretamente a segurança nacional e exige respostas coordenadas em níveis local e internacional.

2. Transição Demográfica

  • Envelhecimento acelerado da população brasileira e fuga de talentos qualificados.
  • Brasil como destino e corredor migratório, com desafios para políticas públicas e controle de fronteiras.
  • Criminalidade transnacional e tráfico humano crescem sobre essas rotas.

3. Transformação Tecnológica

  • Computação quântica e IA redefinem capacidades ofensivas e defensivas.
  • Riscos crescentes à soberania digital, com dependência de big techs e infraestruturas críticas externas.
  • O Brasil avançou com o msg gov, aplicativo de comunicação segura com criptografia pós-quântica.

Desafios prioritários para a Inteligência em 2026

A ABIN destaca cinco áreas críticas que exigirão atenção intensiva da comunidade de Inteligência no próximo ciclo político e institucional:

Segurança do Processo Eleitoral

  • Riscos de desinformação massiva, deepfakes e ataques à legitimidade das instituições democráticas.
  • Presença do crime organizado e possibilidade de interferência externa nos processos eleitorais.

Criptografia Pós-Quântica

  • Urgência na substituição dos atuais protocolos por padrões resistentes a ataques quânticos.
  • Necessidade de desenvolvimento soberano de soluções e cripto-agilidade governamental.

Ataques Cibernéticos com IA

  • Uso ofensivo autônomo de agentes de IA para gerar malware, spear phishing e sabotagens críticas.
  • Desafios de atribuição técnica e escalada de conflitos cibernéticos com implicações geopolíticas.

Cadeias de Suprimento

  • Reconfiguração global das cadeias, com riscos de dependência estratégica e novas barreiras tarifárias.
  • Fragilidades brasileiras expostas, como desindustrialização e baixa inserção no friendshoring.

Interferência Externa e Dependência Tecnológica

  • Atuação de atores não estatais, big techs e potências estrangeiras sobre o ambiente digital e de opinião pública.
  • Coerção estratégica, manipulação informacional e espionagem como riscos crescentes à soberania.

Destaques adicionais do Relatório Desafios da Inteligência para 2026

  • Metodologia plural e participativa: a elaboração envolveu dezenas de especialistas e instituições como IPEA, UnB, Fiocruz e Marinha, articulados pela Escola de Inteligência da ABIN.
  • Rede de Pesquisa em Inteligência Estratégica: criada em 2025, articula academia e Estado para ampliar a produção de conhecimento estratégico.
  • Postura democrática e transparente: a ABIN reafirma o compromisso com o controle social, a legalidade e o diálogo com a sociedade, mesmo diante do sigilo necessário à atividade de Inteligência.

Reflexões finais: um chamado à integração estratégica

A publicação Desafios de Inteligência – 2026 é, antes de tudo, um exercício de Inteligência de Estado voltado à antecipação em tempos de incerteza. O documento não apenas mapeia ameaças, mas oferece insumos estratégicos para a formulação de políticas públicas resilientes, alinhadas aos interesses nacionais.

Frente às disrupções tecnológicas, à multipolaridade desequilibrada e aos efeitos das mudanças climáticas, a resiliência do Brasil dependerá:

  • Da integração entre setores do Estado;
  • Do fortalecimento de sua soberania tecnológica e informacional;
  • E da ampliação do diálogo com a sociedade e a comunidade científica.
  • Mais do que nunca, pensar segurança é pensar desenvolvimento, e o papel da Inteligência é central nesse esforço.

Leia o relatório completo aqui: Desafios de Inteligência – Edição 2026 (PDF)

Fonte oficial: Site da ABIN

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