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Coronavirus em Israel: a atuação do Mossad

  • 5 maio, 2020

Autores: Diogo Tarle e Marcelo Reveles

Antes de abordamos sobre a atuação do Mossad no cenário do coronavirus em Israel, faremos uma breve introdução sobre a origem e principais operações desta que é uma das mais famosas agências de inteligências em atividade.

1. A Origem do Mossad

O Mossad (palavra em hebraico que significa “O Instituto”) é o serviço secreto, ou o instituto de Inteligência e operações especiais do Estado de Israel. O Mossad teria sido formalmente criado em dezembro de 1949, através da orientação do então primeiro-ministro e fundador do Estado de Israel, David Ben-Gurion. Sua sede está localizada em uma das principais cidades do país, Tel Aviv.

Durante a guerra sino-árabe, e em combates anteriores contra árabes palestinos, Israel valeu-se das Forças de Defesa de Israel, compostas por milícias paramilitares, como a Haganá, e membros remanescentes da Jewish Brigate Group, divisão judaica que atuou na Segunda Guerra Mundial, em Tarvisio, na Itália.

As origens do serviço secreto de Israel remontam às primeiras ações de espionagem e contraespionagem feitas por membros da Haganá, organização paramilitar judaica atuante na Palestina nos anos 1930 e 1940 e que precedeu as Forças de Defesa de Israel.

Por outro lado, o Mossad também foi constituído por membros do Jewish Brigade Group. Essa brigada recebeu autorização de comandantes da época para levar, secretamente, judeus europeus para a Palestina, naquilo que ficou conhecido como Operação Brecha. Entretanto, durante essa operação, os membros da brigada descobriram os campos de concentração nazistas. A visão dos judeus mortos nos campos levou esses combatentes à formação dos nokmin, esquadrões de assassinos vingadores encarregados de caçar e eliminar os oficiais nazistas da SS e da Gestapo.

O Mossad possui status civil, e não militar, como muitos imaginam. O órgão se submete diretamente ao Primeiro-Ministro e nenhum de seus integrantes pertence às Forças Armadas. Embora, de vez em quando, o Mossad tenha que executar algumas missões vinculadas ao exército israelense.

2. Operações Conhecidas

O primeiro diretor (memuneh) do Mossad, indicado pelo então primeiro-ministro David Ben-Gurion, foi Isser Harel. Harel foi o articulador e comandante da primeira operação de grande porte do Mossad, que projetou o nome do serviço secreto a nível internacional: a captura do ex-tenente-coronel da SS nazista, Adolf Eichmann, na Argentina. Eichmann foi capturado pelo grupo do agente Raphael Eitan em 11 de maio de 1960 e foi levado para julgamento em Jerusalém.

De 1963 em diante, o Primeiro-ministro David Ben-Gurion decidiu pela criação de uma unidade do Mossad que atendesse diretamente a ele e que o sucedesse no cargo. A unidade foi estabelecida pelo diretor Meir Amit e batizada por ele como “Kidon”, isto é, “Baioneta”.

O Mossad, então, a partir de meados da década de 1960, perpetrou uma sucessão de operações contra alvos considerados ameaçadores. Entre essas operações, podemos considerar as mais expressivas:

  • Operação Riga, de 1965, na América do Sul (Brasil e Uruguai), que caçou e executou Herbert Cukurs, responsável pelo massacre de 30 mil judeus no gueto de Riga;
  • Operação Cólera de Deus, em 1972 e 1973, que teve como alvo os terroristas palestinos envolvidos no massacre da delegação israelense das Olimpíadas de Munique;
  • Operação Engenheiro, de 1996, cujo alvo foi Yehlya, especialista em explosivos e membro do Hamas, grupo terrorista palestino;
  • Operação Netron, levada a cabo entre 2006 e 2011 e que liquidou três cientistas do Irã acusados de estarem envolvidos no projeto desse país de produção de armas nucleares.

3. A atuação do Mossad durante a pandemia do coronavirus em Israel

Em 19 de março de 2020, jornais noticiaram que agentes do Mossad teriam transportado até 100.000 testes de coronavirus em missão secreta. As agências de notícias domésticas, citando autoridades governamentais e de saúde, informaram que o segredo da operação era porque os kits foram adquiridos de pelo menos dois países não identificados que não possuiriam boas relações diplomáticas com Israel, o que significaria que o governo não poderia comprá-los abertamente.

Israel mantém relações de baixo nível com vários estados do Oriente Médio, especialmente os do Golfo Pérsico, que não o reconhecem oficialmente em protesto contra o tratamento dado aos palestinos. Especula-se também que a operação foi sigilosa por que governos e fabricantes não desejariam enviar kits de testes vitais para o exterior enquanto lidam com a pandemia do coronavirus em seus territórios.

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu emitiu um comunicado para confirmar a operação. “Estamos utilizando plenamente todas as capacidades do estado para ajudar a lidar com o coronavirus em Israel, incluindo o Mossad e outros órgãos”, afirmou.

    • Silvio Romero Felix
    • 13 abril, 2021
    Responder

    An amazing article. Thats why I really admire Israel and Mossad. Hope one day can go back to a such underfull country.

    • Ana Cláudia Amaral Lima
    • 1 abril, 2021
    Responder

    Concordo com a atuação do Mossad

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