O gerenciamento de operações na Atividade de Inteligência trata da forma como as Agências de Inteligência produzem bens e serviços. Desde início, convém destacar que o gerenciamento eficaz dos processos é sumamente importante. É uma atividade que reduz o empirismo nas agências e a torna mais profissional e efetiva.
De acordo com o estudioso de Inteligência dos Estados Unidos, Sherman Kent, um dos autores clássicos, a Atividade de Inteligência é entendida como três dimensões, a saber: Inteligência como processo, Inteligência como produto e Inteligência como organização.
Kent sugere, sob a dimensão “processo”, que devem fazer o uso dos mesmos instrumentos utilizados pelas ciências sociais e enfatiza que a fase de levantamento de dados e conhecimentos (fase da coleta) deve ser “vigorosa e agressiva” no sentido de se observar a maior área possível e situar-se ante ao maior número de fenômenos (princípio da amplitude). Mas a fase de coleta tem um limite. Após esse limite, entra a fase de busca. Entra a Operação de Inteligência.
Operação de Inteligência é o exercício de uma ou mais ações e técnicas operacionais, executadas para obtenção de dados negados de difícil acesso. E/ou para neutralizar ações adversas que exigem, pelas dificuldades e/ou riscos iminentes, um planejamento minucioso, um esforço concentrado e o emprego de pessoal, técnicas e material especializados.
O gerenciamento das operações de Inteligência deve contemplar três níveis: estratégico, tático e o operacional. Os seus limites são orientados pela doutrina e legislação pertinentes, como o Decreto nº 8793 de 29 de junho de 2016 que fixa a Política Nacional de Inteligência e, podem ser remodelados conforme necessidades de cada agência.
A parte estratégica relaciona os objetivos do emprego dos meios operacionais. O que se deseja obter, e onde se encontra este dado ou conhecimento. A parte tática definirá os recursos técnicos, de pessoal e financeiros necessários para realizar a operação. E por fim, a parte operacional envolverá o planejamento minucioso do trabalho “de rua”. A concepção harmoniosa destas três etapas caracterizam o Gerenciamento de Operações de Inteligência.
Notadamente, Kent aponta a atenção que se deve dar à identificação das necessidades de Inteligência, que devem estar em conformidade com as necessidades do decisor. Essas necessidades é que devem conduzir todo o processo de produção do conhecimento, que ditarão, por sua vez, as necessidades das operações de Inteligência.
Finalizando, o gerenciamento das operações na atividade de Inteligência, seja na Segurança Pública ou nas outras áreas estratégicas que ela é necessária, é imprescindível para organização e para o controle da atividade.
Por Coronel PMMT Clarindo Alves de Castro
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EXCELENTE CONTEÚDO. SOU AGENTE DE INTELIGÊNCIA E GOSTO DEMAIS DA EXPLORAÇÃO SOBRE ESTE ASSUNTO.