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Técnicas Operacionais de Inteligência – Definição e Finalidade

  • 31 julho, 2024

As Técnicas Operacionais de Inteligência são métodos e procedimentos especializados empregados na execução de ações sigilosas típicas da atividade de inteligência. Cada técnica possui uma finalidade específica.

Sua utilização é um instrumento necessário para a superação de obstáculos com objetivo de obtenção de dados indisponíveis ou contraposição a ações adversas, e raramente são usadas de modo isolado. Ao contrário, elas costumam ser aplicadas de modo simultâneo ou consecutivo.

Neste artigo abordaremos as principais Técnicas Operacionais de Inteligência, suas definições, objetivos e desafios envolvidos.

As Principais Técnicas Operacionais de Inteligência

As técnicas operacionais de inteligência são diversas e, como dito, é comum que sejam aplicadas simultaneamente e/ou consecutivamente. São elas:

  • Entrada
  • Meios Eletrônicos
  • Comunicação Sigilosa
  • Entrevista Operacional
  • Recrutamento
  • Estória Cobertura
  • Disfarce
  • Recon (Reconhecimento Operacional)
  • OMD (Observação, Memorização, Descrição)
  • Vigilância

Detalhando as Técnicas Operacionais de Inteligência

Conheça a seguir mais detalhes sobre as principais Técnicas Operacionais de Inteligência, suas definições, objetivos e desafios envolvidos.

1. Entrada

É uma técnica empregada em operações de inteligência para acessar locais, sistemas ou redes de interesse sem ser detectado ou sem autorização explícita.

Este método é parte de um conjunto mais amplo de estratégias usadas para coletar informações críticas que são inacessíveis por meios convencionais, ou para plantar dados ou escutas, provocar desinformação, etc.

Embora eficaz, a técnica entrada envolve riscos significativos. Por isso, é geralmente empregada em casos extremos e executada por agentes experientes e múltiplas habilidades.

2. Meios Eletrônicos

Esta técnica engloba a utilização de dispositivos eletrônicos e tecnologias digitais para coletar, analisar e distribuir informações de interesse para uma agência ou setor de inteligência.

Na era digital e tecnológica em que vivemos, há muitas formas de se aplicar esta técnica: coleta de dados via leitura de e-mails, escutas eletrônicas, interceptação de sinais, drones com câmeras, decodificação criptográfica, mineração de dados em websites, redes sociais, big data para acessar grandes volumes de dados, etc.

O Emprego de Meios Eletrônicos é fundamental no cenário de inteligência contemporâneo, representando um campo em constante evolução.

3. Comunicação Sigilosa

Trata-se do uso de técnicas e dispositivos para se transmitir informações entre agentes, informantes ou centros de comando, de forma sigilosa, evitando assim que haja interceptação indesejada.

Criptografia, Esteganografia, Redes Seguras, Protocolos de Autenticação e Autorização, Técnicas de Evasão e Anonimato, são exemplos de métodos empregados na comunicação sigilosa.

É uma prática complexa que requer a combinação de tecnologia avançada, estratégias operacionais sofisticadas e constante vigilância contra ameaças. É fundamental para proteger as informações sensíveis e garantir o sucesso das operações de inteligência em um mundo cada vez mais conectado e monitorado.

4. Entrevista Operacional

É uma técnica utilizada para coletar informações de fontes humanas e pode ser empregada em uma variedade de contextos, desde entrevistas formais até conversas informais. A eficácia de uma entrevista operacional depende da habilidade do entrevistador em extrair informações úteis de maneira ética e legal.

Existem três métodos de entrevista operacional que podem ser empregados:

  • Entrevista encoberta: na entrevista encoberta o agente esconde a sua condição e o propósito da entrevista.
  • Entrevista ostensiva: na entrevista ostensiva o agente não esconde a sua condição e revela o objetivo daquela conversação.
  • Entrevista mista: a entrevista mista ocorre quando, por exemplo, o agente informa a sua condição mas não revela o real motivo da entrevista.

O que se busca é o que vai definir o método empregado.

5. Recrutamento

O recrutamento é uma das práticas mais críticas e delicadas em operações de inteligência.

Envolve a assinalação, abordagem e persuasão de indivíduos que podem fornecer acesso a informações valiosas ou recursos importantes. Este processo é fundamental para o sucesso de muitas operações de inteligência, pois fornece fontes humanas (HUMINT) que são muitas vezes insubstituíveis.

Após estabelecido com sucesso o recrutamento, ocorre sua manutenção, conhecida como gerenciamento de fontes humanas, bem como a segurança dos envolvidos e o futuro desligamento, que é o encerramento da relação, seja por segurança ou conclusão da operação.

6. Estória Cobertura

Refere-se à fachada ou persona que um agente de inteligência usa para operar de forma sigilosa ou disfarçada em um ambiente hostil.

É a história fictícia ou a identidade falsa que o agente usa para se infiltrar em determinado ambiente e coletar informações.

Esta técnica operacional tem por objetivo manter sigilosa a identidade do agente, resguardar o sigilo da missão, proteger a instituição à qual o agente pertence, facilitar na obtenção de informações, proteger pessoas, equipamentos e instalações.

7. Disfarce

É uma estratégia utilizada por agentes de inteligência para se infiltrar em ambientes hostis ou alvos específicos sem serem identificados.

Consiste em modificar trações anatômicos, aparência física, modo de falar, vestir, se comunicar, etc. O objetivo é dificultar a identificação do agente, bem como facilitar sua infiltração ou obtenção de informação. É normalmente uma técnica utilizada em combinação com a técnica estória cobertura.

Quanto mais tempo um disfarce é utilizado, maior a probabilidade deste ser revelado.

8. Recon (Reconhecimento Operacional)

O recon (reconhecimento operacional) é fundamental para obter informações sobre um determinado alvo, área geográfica, instalação ou situação antes de realizar operações mais avançadas.

O objetivo do reconhecimento é adquirir conhecimento detalhado e preciso que possa ser utilizado para planejar e executar ações com eficácia e segurança.

Informações críticas sobre o terreno, condições ambientais, presença de ameaças, pontos de acesso, rotas de fuga e outras informações relevantes para planejamento e tomada de decisões são essenciais para garantir o sucesso de uma operação.

9. OMD (Observação, Memorização, Descrição)

A técnica OMD (Observação, Memorização e Descrição) é útil em situações onde a coleta de informações é discreta e requer atenção aos detalhes. Envolve os seguintes passos:

  • Observação: envolve observar cuidadosamente o alvo. Isso pode incluir aspectos como comportamento, movimentos, aparência, interações sociais, etc.
  • Memorização: o próximo passo é memorizar as informações obtidas, o que pode ser aprimorado com treinamento e prática.
  • Descrição: a última etapa é descrever as informações observadas e memorizadas de forma clara precisa, organizada e objetiva.

10. Vigilância

Trata-se de uma técnica que envolve a observação sistemática e contínua de um alvo, como pessoas, locais, atividades, etc.

Pode ter diversos objetivos: identificar um alvo; localizar um alvo; provocar reações de um alvo; identificar o comportamento de um alvo, como sua rotina, dispositivos que utiliza, lugares que frequenta, etc.

A vigilância pode ser realizada a pé, em veículos motorizados, ou ainda por meio de dispositivos eletrônicos, ou combinações destes. Ainda, pode ser empregada por mais de um agente, dependendo do contexto da operação de inteligência.

Concluindo

Como visto, as técnicas operacionais de inteligência são diversas, e os objetivos da missão determinarão quais técnicas serão utilizadas, bem como a combinação de uso das mesmas.

É importante reforçar: essas técnicas devem ser aplicas somente com claras finalidades, nunca de forma irresponsável, de forma a proteger o agente, a missão e a instituição.

Referências

Doutrina Nacional de Inteligência

 

    • Assur Utanha
    • 12 agosto, 2024
    Responder

    Bastante sugestivo e sobretudo esclarecedor. Tenho dedicado-me a profundas investigações nesse domínio e, como sucede, não é com grande facilidade que nos possamos dispor de informação útil, simples e objectiva, a exemplo do que aqui se encontra. Nota mil!

      • catedra
      • 14 agosto, 2024
      Responder

      Obrigado pelo feedback Assur! Deixamos o convite para que navegue por nosso website e blog, temos diversos conteúdos e cursos na área de inteligência. Um abraço da Equipe Cátedra!

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